Acreditamos que esse será um ano de muita inovação no Brasil e no mundo, Feliz 2020 a todos nós!
Voltamos da Consumer Eletronic Show (CES) com a mala cheia de novidades, confira abaixo os detalhes de como as novas tecnologias ajudarão a viabilizar nosso propósito da saúde acessível a todos, em tempo real.
A cobertura especializada acaba focando nos aspectos técnicos: 5G, Inteligência Artificial, Blockchain, Wearables, Realidade Virtual, Realidade Estendida, Big Data, Computer Vision, Genomics, Robótica, Impressão 3D, Digital Twins; entre outras tecnologias com nomes complicados.
Mas nós da Philo Care queremos simplificar o assunto. Se por um lado nosso compromisso é descobrir, estudar e implementar o que há de novo; por outro lado, queremos esclarecer como esses termos técnicos nos aproximam do nosso sonho comum: saúde fácil, rápida, eficiente e acessível pra todos.
Assim sendo, as 5 tendências que observamos na CES desse ano foram:
1) Conectividade
O 5G melhorará a velocidade de transmissão, mas leva uns 2 anos pra se popularizar. Não precisamos esperar, pois hoje em dia, o nível de conectividade já está altíssimo. A conjunção de WiFi, 4G e smartphones, conectados a aplicativos, wearables e outros sensores (eletrodomésticos, câmeras de segurança, etc) enviam informações para softwares na Nuvem. Isso viabiliza captura de dados de saúde das pessoas, com alta escala e baixo custo. A quantidade de expositores de wearables mais que dobrou do ano passado para cá. Havia wearables pra todos os gostos: adultos, crianças, e até pets!
Conseguimos parceria com o primeiro smartwatch que mede Glicemia, sem nenhum tipo de patch ou microfilamento, devemos trazê-lo para o Brasil em breve. Adicionalmente, observamos os aparelhos domésticos se transformando em sensores da “Internet das Coisas”. Geladeiras que controlam seu consumo calórico, fazem recomendações, e encomendam a compra de comida automaticamente. Já existe.
Cidades conectadas (Seul), capturam dados de cada bairro, rua, residência, permitindo uma gestão em tempo real de problemas públicos (segurança, falta de água, incêndios, catástrofes naturais, trânsito, pandemias, etc). Comunicam-se com cada cidadão via aplicativo de celular e lhe passam instruções ou questionamentos personalizados.
Isso já acontece. Para administrar o avanço do coronavírus, autoridades chinesas monitoram a temperatura das pessoas pelas câmeras de ruas e aeroportos, e as pessoas estão utilizando dados do Fitbit (padrões de sono, movimentação e batimento cardíaco) para avaliar o risco de ter sido contaminada. Mas na Philo, queremos tratar a saúde, antes da doença. Nosso desejo é viabilizar uma conectividade de nossos usuários nas cidades, avisando a própria pessoa, mas também familiares, quando iniciam os pequenos sinais preliminares de potenciais problemas de saúde. Profissionais de saúde que estejam mais próximos serão avisados, e não precisarão esperar pelo paciente em sua clínica, hospital ou escritório, bastará pegar um Uber e tratar o paciente em sua própria casa!
2) Interpretação
De nada adianta coletar os dados das pessoas se o médico não for alertado ou não soubermos como interpretá-los. Inteligência Artificial e Visão Computacional (Computer Vision) são as 2 tecnologias que estão revolucionando esse campo.
Hoje no Brasil, para se levantar e interpretar dados de pacientes, o que se faz normalmente: um operador de call center liga para os pacientes mais sensíveis, algumas vezes por semana. Realiza um checklist de perguntas e anota numa planilha ou sistema. Esses dados serão avaliados por profissionais de saúde, que estudam medidas a tomar. Porém, com essas 2 novas tecnologias, alterações de padrão são detectadas automaticamente, sem necessidade de um ser humano revisar uma grande massa de dados.
A Inteligência Artificial avalia os dados de sono, passos, movimentação, batimentos cardíacos, pressão arterial, oxigenação, glicemia, peso, composição corporal. Qualquer variação atípica gera um alerta automático para um agente de saúde. A diferença entre Computer Vision e Inteligência Artificial é que o primeiro consegue interpretar imagens, enquanto a IA interpreta dados numéricos.
Com isso, o profissional de saúde recebe um alerta focado, com dados históricos daquela pessoa que necessita de atenção, resultando em maior rapidez e eficiência da tomada de decisão. Tal capacidade de analisar dados eletronicamente gera uma preocupação sobre o quão seguro seria aplicar a Inteligência Artificial na tomada de decisões de saúde.
Nesse sentido, nós da Philo Care acreditamos que a maior ajuda da IA não deveria ser na DECISÃO, mas sim no ALERTA. Quem decide deve ser o médico, porém, como ele recebeu um alerta antecipado, sua atuação será mais precisa, imediata, e eficiente, mesmo que seja para descartar o risco. O ramo de Inteligência Artificial está avançando a passos largos, de sorte que o papel das empresas será o de coletar DADOS. A Inteligência que será aplicada nesses dados ficará a cargo de gigantes do setor, como Google (AI, Cloud), Microsoft (Azure), Amazon (AWS, Alexa), IBM (Watson), entre outros players menores.
3) Interação
Pois bem, capturamos os dados com nossa conectividade, e a IA gerou um alerta que aquela pessoa no interior do Amazonas precisa de ajuda. Como interagir com ela? As tecnologias de Teleassistência, Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Impressão 3D e Robótica vão ajudar. Salas de cirurgia com médicos locais, mas composta por médicos de qualquer lugar do mundo, acompanhando por Realidade Virtual, e até realizando intervenções por braço robótico. Impressoras 3D imprimindo próteses na medida perfeita de cada pessoa. Dispositivos de Realidade Aumentada permitirão acompanhar os protocolos médicos daquela intervenção num lugar remoto, e verificar se os procedimentos estão alinhados com os que seriam utilizados em hospitais de ponta.
Não é desenho dos Jetsons, é hoje, já temos.
4) Personalização
Estamos bem: conectados, alertas inteligentes endereçados, equipe multidisciplinar a postos para a intervenção, que pode ser cirúrgica, medicamentosa, ou simplesmente um ajuste na dieta ou exercício físico. Mas e se a pessoa é alérgica a algum medicamento ou alimento? E se ela possui alguma condição rara? Aí entram os tratamentos Genômicos e por Gêmeos Digitais (“Digital Twins”).
O custo para se ter um mapeamento completo do genoma de qualquer pessoa caiu muito, por algumas centenas de reais e em uma semana é possível ter seu mapa genético completo, você envia uma amostra de saliva pelo correio e recebe o resultado de forma digital.
Lembrando do ponto 2 (interpretação), de nada adianta ter a informação e não saber o que fazer com ela. Daí vem essa novidade chamada “Digital Twin”, que nada mais é do que uma réplica da pessoa, na forma de banco de dados. Esse banco de dados guarda não só a informação genética, mas também as informações do que ocorreu com você ao longo do tempo, variações na sua rotina física, indicadores de saúde, psicológicos, etc. Com esse modelo, ao invés de realizar simulações e testes com o paciente de carne e osso, simula-se com o clone virtual, obtendo um tratamento individualizado e mais seguro.
5) Segurança
Mas nem tudo são rosas. Será uma maravilha ter nossos dados coletados, tratados e utilizados da forma que gostaríamos, porém, existirá o risco de serem utilizados para propósitos que não autorizamos, como demonstram os casos recentes de vazamentos ou mesmo comercialização de dados pessoais sem autorização. A parte regulatória e jurídica está avançando no mundo todo: GDPR na Europa, HIPAA nos EUA, LGPD no Brasil. Por outro lado, a novidade tecnológica para “blindar” nossos dados e dificultar a atuação de forma maliciosa está sendo oferecida pelo Blockchain.
Além das camadas de segurança que já aplicávamos, como senha segura, criptografia de dados ponta a ponta, firewall, entre outras, o Blockchain gerou a possibilidade de criarmos uma lista de transações, ou uma lista de dados, que não poderá ser corrompida.
Ao aplicar essa metodologia na saúde, saberemos quais são os nossos dados, quem tem acesso a eles, quem os consultou, e teremos a condição de removê-los da base de dados, a qualquer momento. Em outras palavras, nossos dados são NOSSOS, e de mais ninguém.
Se a Inteligência Artificial é a nova eletricidade (como cunhou o gênio da IA: Andrew Ng), o Blockchain será a água encanada, pois sem ela todas as ótimas soluções de conectividade, interpretação, interação e personalização estarão desidratadas pela insegurança.
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